domingo, 8 de junho de 2014

sem casa

fui lá de novo. banhar-me de luz. e dói pra caralho a saudade daqueles dias de risos explosivos, de olhares e danças provocativos, e da doçura ácida do som que se fazia ali. o lugar ainda está vivo, ainda é lindo, mas guarda com certo constrangimento a lembrança de tempos artisticamente tão gloriosos que só quem experimentou vai saber o que foi.
e assim... sempre tem aquela presença maliciosa entre os que ali voltam tentando reencontrar algo daquele ar intenso e precioso de outrora. talvez sintamos pena por não sermos mais quem éramos, pela cena toda ter esfriado, por estarmos em tempos mais ordenados, contidos... quem sabe.
eu mesma, com muito pesar, repeli o ar de desejo galante que me atingiu.
ah não... não quero mais. já não me falta coragem, mas falta energia, falta sobretudo fé.
sinto nestes novos tempos uma onda tão forte de desconsideração, descompromisso, superficialidade, desvalor, que inclusive o próprio amor me parece mais precioso ainda. (quem sabe?)
não era tão assim... porra... troca-troca não é a arte do encontro.
se for assim eu dou mais certo é sozinha, mesmo.

inês

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