quarta-feira, 27 de abril de 2011

das coisas que não existem.

irmão mais novo, ausência doída que muitas vezes quase escrevo. o que fazer com ele, que, antes tão jovem, tão alegre, hoje computador, desemprego, solidão, frustração, mediocridade sem volta, desinteresse pela vida, mulheres fúteis que nem ele mais suporta, classe média, provável maconha sem sentido, pressão da pressão da pressão, diploma guardado, nomes pesados, sermões, mágoas que suporta no coração ainda tão jovem e já tão entupido com gordura e ressentimento, depressão, completo torpor, provável medo, afastamento do mundo, falsa e desesperadora incapacidade, improdutividade e passividade absolutas, a vida passando.

que sensação terrível é essa acumulando-se há algum tempo e tornando tudo tão mais escuro e sufocante e triste?

deus não permita que esta casa caia nessa perdição, ou são muitos os corações que se perderão para sempre...

inês

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