segunda-feira, 22 de março de 2010

Perdoe-me padre...

Ah, minha cabeça ainda rodando.
Jorge, o diretor supersensível e interessante que por longos anos de conservatório me Como que é uma palavra que quer dizer assim quando uma pessoa fica a espreita de algo, com desejo daquilo, até que fique pronto?
Me pediu em casamento.
Eu ri.
Pediu de novo.
Desssa vez eu chorei, mas ainda sim disse não.
Depois de tanto não, um dia me pediu um beijo.
(e depois de tanto não, um dia eu disse sim).

Acontece que o cineasta tinha que ir viver no estrangeiro, sentir um pouco da Europa, e queria ir com esposa e tudo.
De novo eu disse não.
Num mês ele estava casado com uma veterinária e se mudou pra lá. Quando me disse, chorou de raiva.

Mas na verdade, ela não era veterinária, ela era uma princesa linda. Uma fada. A princesa das fadas lindas. Quando os dois vieram de férias, meses depois, estavam em crise. Fizemos um trabalho juntos, eu e ele, e rondamos pelas cidades por duas ou três noites. Com beijo e carinho e sede.
Aí ele voltou pro longe.
Um mês depois, eram solteiros de novo, o diretor na Europa e a princesa das fadas no Brasil.

Ontem a vi na cidade. Estava linda como uma princesa das fadas, só que bêbada como uma princesa bêbada, e me chamou pelo nome e me abraçou com ternura. Eu não tive culpa se em vez de ela me bater, arrancar meus cabelos ela quis lamber o meu pescoço, morder o meu nariz e chorar entre os meus seios.

Não fiz nada de errado, ontem, mas sei que cometi um pecado.

Inês.

16 comentários:

  1. é, garota.
    eu gosto do que você escreve. tem ritmo. e tem boa história.

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  2. inês,

    esta blogosfera ainda me surpreende quando descubro blogs com a qualidade do seu.

    bj

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  3. opa, brigada :)
    e gostei muito do seu!

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  4. Olá,
    já tinha passado umas duas ou tres vezes por aqui, mas dessa vez li com calma e atenção esse texto que me chamou a atenção. Adorei a meneira como você escreve, na verdade foi o que me fez ler com gosto do início ao fim o seu post.

    Obrigada pela leitura!
    Até.

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  5. ...uauuu...que delícia de ler, prende do inicio ao fim, ironicamente tem gosto de pecado e pecado que me perdoe o padre é sempre bom...

    bjkas!

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  6. Obrigada Inês! Fiquei muito feliz com a sua visita! Será bem vinda sempre. A casa é sua.

    Grande abraço!!!

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  7. Gosto da maneira como escreves, criativa, interessante e até desconcertante.Lindo.
    Bjs

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  8. O pecado está nas coisas que cometemos pensando na aflição alheia. amar, mesmo que nos rompantes de noitadas lascivas, não é pecado algum se há concentimento e espaço suficiente. E é esse espaço que permite que a dor alheia não te cause aflição: a dor dela era por não ter amado o suficiente.

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  9. Ora ora, não sei mas encontrei aqui um misto de seriedade e comédia. Tens uma boa pitada de estilo, muito bom mesmo este texto, andei a ler assim um bocado apressada, mas conteúdo de escrita ou se tem ou não, e tu tens demais. E sobre pecado, bom é só mais uma palavra inventada e mal entendida, é o que muitos desejam fazer e não fazem por que confudem pecado com crime, mas cada qual tem seu significado. Abraço.

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  10. Das invulgares teias do imprevisto.

    Gostei, Inês!

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  11. cara, ameeeeeeeeeeei aqui de boa.. mtmtmt.

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  12. Gostei do seu blogue e do que li.
    Voltarei mais vezes.
    Obrigado pela sua visita.
    Um beijo.

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  13. E quem nunca sonhou com contos de fada?
    Gostei,

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  14. Deliciei-me ao ler este teu texto... parabéns pela escrita e pelo conteúdo.

    Com amizade
    Luis

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  15. muito legal o texto. esse não é um elogio gratuito (e não te custará 10 "real"... rs... não se preocupe).

    gostei, sinceramente. e voltarei muito ao blog.
    já tô "perseguindo" ele.

    abração do
    roberto.

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  16. gostei deste aqui tbm.
    essa quase poligamia é muito interessante.

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